Ibitinga, Domingo, 19 de Maio de 2024
FAESP discute cenário e perspectivas para o leite em 2024 após crise
Comissão Técnica da Bovinocultura de Leite da Federação analisou o cenário atual, projeções para o próximo ano
FAESP discute cenário e perspectivas para o leite em 2024 após crise

  A Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP) reuniu-se nesta quinta-feira (14/12) na sede da Federação em São Paulo para tratar do cenário e perspectivas do setor produtivo do Leite, avaliar as ações e as conquistas da Comissão ao longo deste ano e alinhar as propostas de trabalho para 2024. A reunião foi conduzida pelo coordenador da Comissão, Wander Luís Carvalho Bastos, com assessoria do técnico Thiago Rocha e do gerente do Departamento Econômico da FAESP, Claudio Brisolara.

   A convite da FAESP, o pesquisador da Embrapa Glauco Carvalho participou do encontro, de forma virtual, para apresentação do cenário da produção e do mercado de leite no Brasil, o ambiente internacional de oferta do produto, os desafios e as perspectivas futuras. Segundo Carvalho, os preços do leite pago ao produtor dispararam em 2020 na época da pandemia de Covid-19 e, em 2023, voltaram a cair, em especial no Brasil, tendo como um dos principais motivos o crescimento da importação de leite de países do Mercosul – principalmente da Argentina –, que chega ao País com preços mais baixos que os preços nacionais. Segundo relatório que o técnico da Embrapa apresentou durante a reunião, nosso país importou este ano 1,96 bilhão de litros equivalentes de leite, volume muito próximo da produção mensal média nacional, que é de aproximadamente 2 bilhões de litros. Para Carvalho, a produção brasileira voltou, recentemente, a ficar um pouco mais competitiva devido à estabilização dos custos de produção nos últimos meses. Mas é uma lenta recuperação que ainda oferecerá desafios aos produtores brasileiros em 2024.

   Os participantes da reunião avaliaram a atuação e as conquistas da Comissão ao longo deste ano, elencando os esforços que a FAESP dedicou na defesa dos produtores, desde a participação da Federação nos mais importantes eventos e fóruns do setor – dentre eles o Encontro de produtores de leite em Brasília nos meses de agosto e novembro, a Agroleite, o encontro da Aliança Láctea Sul, e o 3º Fórum da Febre Aftosa no final de outubro em Presidente Prudente – e a efetiva atuação da FAESP no processo de erradicação da aftosa no estado de São Paulo; reuniões e gestões de temas em benefícios dos produtores junto a órgãos governamentais e outras entidades; retomada do Fundepec e fortalecimento do fundo com entrada de novas entidades da cadeia produtiva; monitoramento da Federação em relação aos problemas na distribuição de imunizantes contra a febre aftosa e remanejamento logístico para melhor atender às demandas dos produtores; dentre outras ações de grande relevância ao setor.

   A Comissão, de maneira muito proativa, se debruçou no levantamento de sugestões e prioridades a serem trabalhadas pela FAESP em 2024, como as pautas de políticas públicas de fortalecimento da cadeia produtiva, políticas estruturantes para a cadeia do leite no estado de São Paulo, bem-estar animal e outros tópicos. Um dos temas debatidos foi o decreto do governo federal que deve entrar em vigor em janeiro e vai proporcionar mudança na concessão de benefícios fiscais para empresas de laticínios e cooperativas que fazem parte do Programa Mais Leite Saudável e que importam lei em pó. O Programa Mais Leite Saudável permite às agroindústrias, laticínios e cooperativas de leite participantes, utilizar créditos presumidos do PIS/Pasep e da Cofins, da compra do leite in natura utilizado como insumo de seus produtos lácteos, em até 50% do valor a que tem direito.  Com as mudanças, espera-se uma redução nas importações de lácteos.

   Wander Bastos, coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite, mencionou que o governo está apostando que o decreto pode fazer recuar as importações de leite. “As empresas que continuarem importando leite perderiam benefício de reembolso de Pis e Cofins proporcionado pelo Programa Mais Leite Saudável. Com isso, pode-se criar melhores oportunidades econômicas para as empresas da indústria que comprarem a produção nacional”, disse. Segundo ele, as empresas da indústria, para se antecipar à entrada da lei, aumentaram em novembro as importações. A cadeia produtiva aguarda com expectativa as mudanças para 2024. “O poder aquisitivo do brasileiro e o quadro econômico parecem estar melhorando, e isso reflete num maior consumo dos lácteos, não só do leite. 

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