Os menos avisados podem não saber o que há em comum entre modelos tão diferentes como o Peugeot 2008 Hybrid Air, o Nissan Leaf e os Toyota Mirai e Prius. Em uma palavra: pioneirismo. Cada um, a seu modo, traz soluções avançadas, propostas já testadas e/ou ideias para o futuro dos sistemas de propulsão.
A Toyota é uma das montadoras mais atuantes nessa área. Em 1997, lançou o Prius, primeiro híbrido feito em série, que vendeu mais de 4 milhões de unidades. Com o sucesso do modelo (que está na quarta geração), a empresa decidiu explorar outro caminho, e ele se chama Mirai (literalmente, futuro, em japonês).
Quando parecia que os carros a célula a combustível haviam perdido a corrida tecnológica para os híbridos e elétricos, eis que a Toyota lança um elétrico baseado na tecnologia do hidrogênio. Em vez de usar motores elétricos e a combustão (como os híbridos) ou elétricos recarregáveis na tomada (como o Leaf), o Mirai “cria” seu próprio combustível, por meio de reação química.
Veículos a célula a combustível têm motores elétricos, mas a forma de geração de eletricidade muda. Em vez de baterias (ainda caras, pesadas e de baixa autonomia), a energia é gerada por meio de uma reação entre hidrogênio e oxigênio. O único subproduto desse processo é vapor d’água.
Uma das vantagens da tecnologia é que o hidrogênio é encontrado em abundância na natureza. Pode até ser retirado da água, por exemplo.
Mas, como toda novidade, há barreiras a serem contornadas. Talvez a maior delas seja criar uma rede de reabastecimento. Por outro lado, uma vez implantados os postos, a operação de enchimento do tanque é rápida – ao contrário do que ocorre na recarga da bateria dos carros elétricos.
Mas isso não parece ser empecilho para a Nissan. O elétrico Leaf é alimentado por baterias, e sem motor a combustão.
Outra possibilidade em fase de desenvolvimento é o 2008 Hybrid Air. O modelo da Peugeot combina motor a gasolina a um sistema hidráulico, acionado por uma mola que injeta ar comprimido em um tanque. A Peugeot informa que, até 70 km/h, o carro move-se somente graças ao ar armazenado. Com o uso combinado (o motor 1.2 de três cilindros gera 82 cv), estima-se que o modelo seja capaz de fazer 34 km/l.
Pode ser que, no futuro próximo, os carros não voem. Mas é certo que continuarão funcionando, nem que sejam movidos apenas pelo ar.
Jornal do Carro / Estadão