Ibitinga, Quarta, 24 de Abril de 2024
PF investiga suspeita de fraude na revalidação de diploma de médicos
Operação feita em hospitais de Itápolis e Ibitinga (SP) apura comercialização de vagas para revalidar diplomas
PF investiga suspeita de fraude na revalidação de diploma de médicos

   A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação nas Santas Casas de Itápolis e Ibitinga (SP) para investigar possíveis irregularidades em contratos feitos por uma empresa que oferece um curso para revalidar o diploma de médico de profissionais que se formaram fora do Brasil.

   A investigação apura um esquema de fraudes na comercialização de vagas para quem precisa revalidar os diplomas, principalmente os formados na Bolívia e no    Paraguai. Uma empresa de assessoria educacional que intermediava os contratos é investigada. 

    Os médicos formados fora do país têm duas opções para conseguir revalidar o diploma no brasil: fazer o Revalida, exame do governo federal, ou complementar a carga horária e adaptar a grade curricular com estágios supervisionados, como o oferecido na Santa Casa de Itápolis. 

   O estágio supervisionado começou há três meses e o hospital fez contrato com a Universidade Metropolitana de Santos, responsável por validar os diplomas após a conclusão do processo.

   No total, 38 médicos formados no exterior devem ficar por alguns meses em Itápolis. Eles se inscreveram em um edital oferecido pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). 

   Entre esses médicos está Rafael Valente, que pagou R$ 65,5 mil à vista para fazer 12 meses de estágio supervisionado na Santa Casa de Itápolis. 

  A iniciativa é mais uma etapa para o profissional que se formou em 2013 numa faculdade em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, tentar a sonhada revalidação do diploma de médico. Com pais agricultores, ele conta que não tinha condições de pagar pelo curso no Brasil. 

   Welinton Reis também se formou na Bolívia e trabalhou durante algum tempo como enfermeiro, sua primeira formação, para juntar dinheiro para pagar o estágio. Ele se inscreveu no edital da UFMT e conseguiu a vaga de estágio em Itápolis. 

    Ele, porém, vai ter que ficar 18 meses no hospital, pois optou pelo pagamento parcelado. Ao todo, ele deve pagar quase R$ 110 mil pelo estágio.

   A secretária de Saúde de Itápolis, Fernanda Bonfante Del Forno, afirma que foi surpreendida com a chegada da PF ao hospital no dia da operação. 

Ela explica que é a primeira vez que a prefeitura faz este tipo de contrato. A Santa Casa recebe R$ 30 mil por mês, valor destinado ao pagamento da supervisão de médicos e coordenadores.

   A Câmara de Vereadores de Itápolis abriu um Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar os contratos da Santa Casa e os estudantes. Os vereadores querem saber principalmente se há irregularidade nos repasses ao hospital. 

   A cidade de Ibitinga recebeu 53 médicos formados fora do país para o estágio. O programa começou no mês de agosto e a PF também esteve no local. 

   A Santa Casa informou que o contrato não foi feito com a empresa de assessoria educacional investigada, mas sim com a UFMT e com a Universidade Metropolitana de Santos. 

   Em nota, a Universidade Metropolitana de Santos informou que mantém contratos com as Santas Casas de Ibitinga e Itápolis, onde os alunos “fazem o curso de extensão e atualização médica". 

  Segundo a nota, “tudo foi feito de acordo com o edital da UFMT e que a empresa que está sendo investigada foi retirada do contrato”. 

   Também em nota, a UFMT informou que a Universidade de Santos “passou por processo transparente e público para ser cadastrada e recebeu autorização pra oferecer o curso de revalidação”.

 

Fonte: G1

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